Aula1 - A importância do cidadão na Sociedade da Informação (2/4)

| 1. Introdução | 2. Educação e Cidadania | 3. Alfabetização em Informação| 4. Educação|

Educação e cidadania na era digital


Na primeira parte deste módulo, vocês exploraram nosso site, local onde estaremos desenvolvendo este curso. Esta exploração é muito importante no sentido de minimizarmos as dificuldades daqueles alunos que possuem menos familiaridade em realizar estudos mediados pelo computador. Este cuidado é uma recomendação feita por muitos autores que trabalham com EAD: que haja sempre um período de adaptação dos alunos à tecnologia que servirá de interface aos conteúdos a serem trabalhados.

Portanto, tarefa anterior realizada iniciaremos nossa 2ª aula explorando o tema "Educação e Cidadania". Não pretendo, aqui, explorar todos os aspectos referentes ao tema - ele é muito amplo e polêmico para este espaço. O objetivo é levantar a questão para que todos possam ficar atentos a ela e para que, por meio deste estudo, possamos continuar a trabalhar o tema nas aulas seguintes.

A utilização do computador enquanto tecnologia de comunicação

A utilização do computador enquanto tecnologia de comunicação nos coloca hoje diante de mudanças tão radicais como as que ocorreram com o aparecimento da escrita. Na passagem do analógico para o digital, com a conversão de toda informação em códigos binários, diluem-se as fronteiras que separavam televisão, rádio, cinema, fotografia, imprensa, escrita, informática e telecomunicações. Convergência é a palavra de ordem do momento. De um lado, constatamos a crescente aproximação dos diversos meios, através da conjugação de textos, sons e imagens em um único suporte. Devido a velocidade de circulação das informações, o conhecimento está em permanente mutação. A verdade científica perde, de certa forma, sua importância, já que o saber produzido torna-se cada vez mais flexível. A pretensão à universalidade e à objetividade não tem mais tanto sentido, o que vale agora é a pertinência e a operacionalidade. É o ciberespaço, bem especificado por Levy como sendo o...” Espaço de comunicação aberto pela interconexão mundial de computadores e das memórias dos computadores, incluindo o conjunto dos sistemas de comunicação eletrônicos, na medida em que transmitem informações provenientes de fontes digitais ou destinadas à digitalização, não apenas a infra-estrutura material da comunicação digital, mas também o universo oceânico de informações que ela abriga, assim como os seres humanos que navegam e alimentam esse espaço”.

Rapidamente nos adaptamos a essas novidades e passamos em geral, sem uma percepção clara nem maiores questionamentos – a viver na Sociedade da Informação, uma nova era em que a informação flui a velocidades e em quantidades de há apenas poucos anos inimagináveis, assumindo valores sociais e econômicos fundamentais. A sociedade da informação não é um modismo. Representa uma profunda mudança na organização da sociedade e da economia, havendo quem a considere um novo paradigma técnico-econômico. É um fenômeno global, com elevado potencial transformador das atividades sociais e econômicas. Segundo Levy "Pela primeira vez na história da humanidade, a maioria das competências adquiridas por uma pessoa no começo de seu percurso profissional serão obsoletas no fim de sua carreira. A segunda constatação, fortemente ligada à primeira, concerne à nova natureza do trabalho, na qual a parte de transação de conhecimentos não pára de crescer. Trabalhar equivale cada vez mais a aprender, transmitir saberes e produzir conhecimentos."

A educação é o elemento-chave na construção de uma sociedade.

A educação é o elemento-chave na construção de uma sociedade baseada na informação, no conhecimento e no aprendizado. Parte considerável do desnível entre indivíduos, organizações, regiões e países deve-se à desigualdade de oportunidades relativas ao desenvolvimento da capacidade de aprender e concretizar inovações. Por outro lado, educar em uma sociedade da informação significa muito mais que treinar as pessoas para o uso das tecnologias de informação e comunicação: trata-se de investir na criação de competências suficientemente amplas que lhes permitam ter uma atuação efetiva na produção de bens e serviços, tomar decisões fundamentadas no conhecimento, operar com fluência os novos meios e ferramentas em seu trabalho, bem como aplicar criativamente as novas mídias, seja em usos simples e rotineiros, seja em aplicações mais sofisticadas. Trata-se também de formar os indivíduos para “aprender a aprender”, de modo a serem capazes de lidar positivamente com a contínua e acelerada transformação da base tecnológica.

Pensar a educação na sociedade da informação exige considerar um leque de aspectos relativos às tecnologias de informação e comunicação, a começar pelo papel que elas desempenham na construção de uma sociedade que tenha a inclusão e a justiça social como uma das prioridades principais. E inclusão social pressupõe formação para a cidadania, o que significa que as tecnologias de informação e comunicação devem ser utilizadas também para a democratização dos processos sociais, para fomentar a transparência de políticas e ações de governo e para incentivar a mobilização dos cidadãos e sua participação ativa nas instâncias cabíveis. As tecnologias de informação e comunicação devem ser utilizadas para integrar a escola e a comunidade, de tal sorte que a educação mobilize a sociedade e a clivagem entre o formal e o informal seja vencida. Formar o cidadão não significa “preparar o consumidor”. Significa capacitar as pessoas para a tomada de decisões e para a escolha informada acerca de todos os aspectos na vida em sociedade que as afetam, o que exige acesso à informação e ao conhecimento e capacidade de processá-los judiciosamente, sem se deixar levar cegamente pelo poder econômico ou político.

O conceito de cidadania no Século XXI

O conceito de cidadania no Século XXI também diz respeito à capacidade do homem comum ter entendimento das implicações sobre sua vida cotidiana do vertiginoso progresso tecnológico em curso. Uma população melhor educada nessa área cria bases para a aceleração do processo de absorção e difusão de tecnologias mais eficientes, assim como para a geração de inovações. Nesse ambiente de mudança acelerada, a adoção de novos conceitos para educação como atividade permanente na vida das pessoas é uma exigência a ser considerada. Para se atingirem avanços efetivos e permanentes e educar a população para a sociedade do conhecimento, torna-se necessário um conjunto amplo de ações consistentes, complementares e contínuas, voltadas para a estrutura formal de ensino e para a comunidade em geral, como exemplo o desenvolvimento de redes de educação a distância e a ampliação e o aperfeiçoamento de bibliotecas virtuais; o treinamento de professores e produção de conteúdos para Internet relacionados à divulgação científica.

A Unesco, por meio da sua Comissão internacional sobre e Educação para o século XXI, estabeleceu os quatro pilares de um novo tipo de educação: Aprender a viver junto (conviver), aprender a conhecer, aprender a fazer e aprender a ser. Uma das mais importantes características do trabalhador do futuro será viver conjuntamente. Para isso é preciso haver compreensão mútua, intercâmbios pacíficos e harmonia nas relações.

Atualmente cada vez mais se torna imprescindível que o trabalhador seja capaz de exercitar e utilizar a sua capacidade de memória, atenção e pensamento. O trabalhador deverá saber como chegar à informação e como utilizá-la no mercado de trabalho. Nesse século, o trabalhador precisará saber como associar técnica com a aplicação de conhecimentos teóricos. E, finalmente, o trabalhador deve ser uma pessoa com grande capacidade de autonomia e com postura ética.

Desafio: Precisamos aprender a aprender.

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