Aula 5 - Aprender a trabalhar em equipe (1/2)

| 1. Ética | 2. Tomar Decisões | 3. Atividade Prática |

1. Ética

"Pensamos demasiadamente e sentimos muito pouco… Necessitamos mais de humildade que de máquinas. Mais de bondade e ternura que de inteligência. Sem isso, a vida se tornará violenta e tudo se perderá." Charles Chaplin

O que é a Ética

A Ética é a disciplina - parte da filosofia - que se ocupa de estabelecer o comportamento correto desde um ponto de vista pessoal até o social. A ética se ocupa tanto dos princípios gerais do comportamento - como a regra de ouro "faz aos demais o que desejaria que te fizessem" - , dos valores e sua hierarquização - liberdade, bem, beleza, solidariedade, etc., e a resolução de casos práticos conforme os princípios éticos. A Ética é um comportamento social que a Medicina usa para cuidar do corpo e a Psicologia da saúde da Mente. A ética se orienta especificamente do bem estar da pessoa e da convivência com outras que os ajuda através das descobertas da Filosofia, Etologia, Psicologia.

Apesar de suas bases científicas, a Ética pessoal e social é sempre uma opção, que se concretiza em princípios e em uma hierarquia de valores. As posições diante da ética são muito diversas. Sem dúvida, inclusive os nihilistas - os que não reconhecem princípios éticos - tem valores - a prioridade da liberdade individual sem freio algum - e, portanto, uma ética. Na realidade, as posições éticas tem uma longa escala cujo destino é a atribuição do máximo valor a fatores externos - a pessoa raça, partido político, comunidade profissional, empresas, etc .- até a consideração de apenas fatores intrínsicos - narcisismo-e-solipismo.
A psicologia Moderna ensina que é uma falsa dicotomia, na medida em que o desenvolvimento social saudável requer da felicidade ( a que é possível ) do indivíduo, e o desenvolvimento pessoal requer da satisfação das necessidades sociais como o domínio do sentido de contribuição a um bem comum. Nesse sentido, do ponto de vista pessoal , é necessário buscar a sinergia entre o bem próprio e o dos demais, sem descuidar nem de um e nem de outro, e, do ponto de vista coletivo, não se pode pretender o bem comum a custas das pessoas individualmente.

Isto logicamente inicia-se pela cuidadosa consideração dos pontos de vista e necessidades próprios e alheios. Compreender, compreender-nos e sermos compreendidos é um pré requisito da ação ética. Como veremos mais tarde, é obvio que tudo isso nem sempre é possível e que as vezes temos que tomar decisões dolorosas e cometemos graves erros.
Cada profissão prioriza alguns valores, e as Instituições que as representam elaboram cartas de valores apropriadas para seus membros, denominados códigos ideológicos e de boas práticas. Existem tanto a nível nacional como mundial e seu estabelecimento é uma das tarefas importantes das organizações de profissionais e instituições profissionais.

É importante que você como estudante e futuro trabalhador, tome familiaridade com o código ideológico de sua profissão. Se informe sobre ele em sua Associação Profissional. Não é possível uma reflexão ética que não considere a realidade da limitação humana. A vontade de comportamento ético - de portar-se bem - e viver dignamente se enfrenta continuadamente com a pressão dos acontecimentos externos e as respostas e processos internos da pessoa. Por isso, uma parte importante do comportamento ético supõe a reflexão sobre as próprias limitações e as dos demais, a competência para enfrentarmos com a menor angustia possível a essa realidade de limitação, e de desenvolvimento de nossa capacidade de perdoar, sermos perdoados e perdoar-nos. Abertura, prudência e perdão na relação conosco e com os demais são três pilares éticos complementares que surgem de uma equilibrada consideração da natureza humana e da relação social.

Como conseguir?

A pirâmide de necessidades de Maslow

Segundo Maslow, as necessidades humanas - que são o ponto de referência para o desenvolvimento social e pessoal e para a busca do bem estar mutuo que persegue a ética - se estruturam em níveis, de tal forma que há de satisfazer as necessidades inferiores para que o indivíduo ou o grupo tracem os passos ao estágio seguinte de necessidades, e subam um passo em seu desenvolvimento. Formam portanto uma pirâmide, e são, debaixo para cima, as seguintes:

NECESSIDADES FISIOLÓGICAS. Estão orientadas a manter a homeostasis que suporta a vida. A alimentação, o descanso, a proteção imediata do corpo, a atividade e a eliminação de resíduos são as mais importantes.
NECESSIDADES DE SEGURANÇA. Quando as necessidades fisiológicas estão moderadamente satisfeitas, entram em jogo outars necessidades. Esta Consiste na busca de segurança, proteção e estabilidade, inclusive de estrutura, de certos limites, de ordem. No plano das carências, se expressam através dos medos e ansiedades. Exemplos delas são a necessidade de uma casa segura, estabilidade no trabalho, segurança na velhice e na enfermidade, etc.
NECESSIDADES DE AMOR E DE INCLUSÃO. Quando as necessidades fisiológicas e de segurança se realizam, entra em cena as necessidades de amizade, de parentesco, de descendência, comunitáriase, em geral, as relações afetivas. Se não se resolvem aparecem os medos, a solidão e as ansiedades sociais. Na vida normal essas necessidades se expressam em nosso desejo de casarmos, ter filhos, atender as nossas famílias, ser parte de um grupo ou uma comunidade, escolher uma profissão, etc.
NECESSIDADES DE ESTIMA. O passo seguinte é a necessidade de autoestima, que Maslow dividiu em dois níveis. O inferior é o respeito dos demais, a necessidade de status, fama,. gloria, reconhecimento, atenção, reputação, apreciação, dignidade e inclusive domínio. A superior se refere a necessidade de desenvolver o respeito por ele mesmo, em que intervem aspectos como a confiança que se merece, a sensação de própria competência e ganho, maestria, independência e liberdade. Se não se resolvem essas necessidade, aparecem os sentimentos de baixa autoestima e os complexos de inferioridade.
AUTO-REALIZAÇÃO. Motivação de crescimento ou necessidades de ser (B-needs, Being-needs al D-needs). Tem que ver com a necessidade de desenvolver ao máximo nossas potencialidades. Graças a esse esforço, alcançamos experiências. Algumas características que definem as pessoas auto realizadas segundo Maslow são as seguintes:

Aos quatro primeiros níveis, Maslow os chama de necessidades de déficit ou Necesidades-D, visto que estão governados por processos homeostáticos. Isto é, se não temos demasiado deles, sentimos a necessidade. Mas se não ganhamos o que necessitamos a respeito, não sentimos nada e deixam de motivar. Para ele são necessidades vitais - são necessárias para manter a saúde - e tem uma forte base genética - as chama de intuições, isto é quase instintivas. Vão se resolvendo de forma evolutiva, conforme nos desenvolvemos como pessoas e crescemos durante os primeiros anos de vida.
Sem dúvida, em situações de crises e de perda, as necessidades voltam e, em casos extremos, se convertem no centro de nossa vida nesse momento. Imaginemos uma guerra em que não há alimentos ou estamos na eminência de um bombardeio. Se os problemas se alongam no tempo, pode ocorrer que fiquemos fixados em uma necessidade sem poder sair dela, desenvolvendo o que os psicológos denominam uma neurose. Se perguntamos a uma pessoa quais são suas preocupações e seu ideal de vida no futuro podemos saber em que nível se encontra.
Pelo contrário, as necessidades de auto realização não desaparecem ao satisfaze-las, ao contrário se desenvolvem mais. Maslow tentou definir as qualidades das pessoas que, a seu juizo, haviam alcançado o estágio de necessidade mais alto, as que chamou pessoas auto realizadas, e que enumeramos a continuação:
• Estão centradas na realidade e nos problemas concretos.
• Tem uma percepçao diferente dos significados e dos fins.
• Tem necessidade de privacidade.
• São independentes da cultura e resistentes a aculturação.
• Posuem valores democráticos e preocupação pelo bem comum e da Humanidade. (Gemeinschaftsgefühl)
• São capazes de ter relações pessoais intímas.
• Possuem um grande sentido de humor não hostil
• Se aceitam a si mesmos e aos demais.
• Se desenvolvem com espontaneidade e simplicidade, e seu ponto de vista é arejado e pessoal.
• São criativos.
• Vivem com maior intensidade as experiências.

OS VALORES B DE MASLOW
Na continuação apresentamos como guia de valores a proposta feita pelo psicólogo e filósofo americano Abraham Maslow. A idéia é que nos sirva como ponto de partida para a discussão do trabalho pessoal. Obviamente um ponto de partida alternativo é iniciar por nossas próprias fontes: pessoas e livros que constituem uma referência para nós.
TOTALIDADE: unidade, integração, tendência a individualidade, interconexão, simplicidade, organização, estrutura, superação dos contrários, ordem.
PERFEIÇÃO: necessidade, correção, justiça, sentido da oportunidade, inevitabilidade, adequação, completitude, sentido do dever.
FECHAMENTO: final, finalidade, justiça, “está terminado”, integralidade, destino.
JUSTIÇA: jogo limpo, estruturação, legalidade, dever ser.
VITALIDADE: processo, espontaneidade, autoregulação, funcionamento pleno
RIQUEZA: diferenciação, complexidade, variedade
SIMPLICIDADE: honestidade, desnudez, essencialismo; estrutura abstrata, essencial e esquelética
BELEZA: correção, forma, vitalidade, simplicidade, riqueza,
perfecçao, fim, singularidade, honestidade
BONDADE: retidão, deseabilidad, corrección, justiça, benevolência, honestidade
SINGULARIDADE: idiosincrasia, individualidade, incompatibilidade, novidade
EXPERIÊNCIA: facilidade, ausência de tensão, esforço e dificultade, graça, desempenho perfeito y belo.
BRINCALHÃO: alegria, gozo, diversão, regozijo, humor, exuberância, relacionamento.
VERDADE: honestidade, realidade, desnudez, simplicidade, riqueza, sentido do dever, puro, limpa e sem adulterar; essencialidade
AUTO SUFICIÊNCIA: autonomia, independência, não necessitar de ninguém para ser ele mesmo, autodeterminacão, transcendência, separaçao, viver segundo as próprias leis.

Leitura Recomendada:
CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA, DIREITOS HUMANOS E ÉTICA: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES

O aluno no momento de enfrentar-se com um texto, deve ser capaz de conseguir os seguintes objetivos:
• Reconhecer e estar atento as interdependencias de nosso trabalho com o de outras pessoas.
• Adquirir destreza no conhecimento dos textos.
• Desenvolver habilidades que permitam Compreender, Organizar e Avaliar o texto.
• Ser capaz de integrar e relacionar a nova informação com o conhecimento já adquirido.
• Construir o seu próprio conhecimento.

 

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