Yolanda Teixeira Monteiro
 

Imagem da capa do livro Revelação
José Eugênio Monteiro (Saiba mais)

 

Poesias de Yolanda Voltar Próxima

6.8.1983


Mãos calejadas de árvores da vida,
Figuras fortes de ânimo eterno,
Corações sustentadores do hoje e sempre!

 

 

Agradecer não basta!
Pagar não posso!
O que fazer?

Eternizá-los eu quero...
Falar, escrever, proclamar...
Aposentadoria rubricada de áureo amor,
Radiante amor
Por vocês, meus pais!

(Poesia do livro: "Fatos Rimados - Poemas de Vida" - pag. 117)

18.4.1973


Pensando me surpreendera.
Agora, o voo da vida
Com mais confusão me envolve.
O Tudo parece mais vasto,
Na Noite
Dos primeiros dias seus.

Sangra-me o espírito,
Ao sufocar meu grito.
Pobre criança!
Descalça,
Roupinha simples,
À barra da saia
Da mãe costureira.

Dois anos, três anos, quatro anos,
Saindo do Funchal de navio aos cinco,
Para a travessia
De uma vida inteira.
Sempre batalhas, na existência.
Um dia mar de ondas gigantescas
Invadiu-lhe a consciência.

Levante-se o mortal
Que ileso saiu de um temporal!
Tragédia da infância já o arrasara.
Não bastando a dura travessia,
A doença os abalou.
Não salvando da morte a irmãzinha,
O mar a sepultou!

No Brasil, a fome não cessou.
Não isso bastando,
Penca de irmãos, em mãos alheias,
Não demorou.
Já aos sete anos
Uma enxada ganhara,
E terras e terras limpara.

Para tudo agravar,
Bem cedo, sua mãe, Deus a levara.
Desculpa lhe peço, Deus!
Acho difícil entender o brutal açoite do viver.
Luta árdua para entregar sempre a dor inteira
E, na luta agora nunca sonhada,
Sinto-me a Sonhar, sem infância, na Madeira.

(Poesia do livro: "Fatos Rimados - Poemas de Vida" - pag. 43/44)

6.8.1983


Santa Isabel, Perus, Vila Alpina,
Rui Bloem para Araraquara,
Araraquara para Campinas!
Fim.
Começou na hora
Uma vida afora,
Depois de marcha imensa,
Preparando o sem-fim.

 

(Poesia do livro: "Fatos Rimados - Poemas de Vida" - pag. 115)

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