Colégio Nossa Senhora de Lourdes - Turma de 1969 - SP -
 

Encontro de 03 de outubro de 2009

Texto Lourdinha - (04/10/09 às 0:45')

40 anos depois

"Vim, tanta areia andei... Da lua cheia eu sei..."
1969...

Parecia tão longa a estrada percorrida até ali, mas mal sabíamos que o caminho apenas estava começando.
Éramos uma turma de jovens e pouco nos causou estranheza o fato do homem ter pisado na Lua pela primeira vez. Tudo nos parecia possível... O homem quis ir à Lua e foi... Nós queríamos ser felizes e éramos.

"Vagando em verso, eu vim..."
Era fácil sair da cama, ir até a escola. Era bom recortar cartolina, pintar figuras, enfeitar caderno, fazer cartilha, montar festas, ler jornais para interpretar manchetes, montar plano de aula, mimiografar atividades que antes foram datilografadas, pesquisar... (Meu Deus, nós vivíamos sem computador, sem Internet!).

"Na mão direita, rosas vou levar..."
Tínhamos muito: a certeza da vocação, o carinho dos professores (que turma fantástica)... O cachorro-quente na hora do recreio (tinha sempre alguém ficando sem a salsicha)... O frio na barriga na hora de apresentar os seminários... O medo de falhar nas aulas práticas... Os sonhos... A esperança...
Mas o nosso tesouro mesmo era mágico. Ficava armazenado na sala bem em frente à diretoria. As peças tinham olhos azuis, verdes, castanhos e negros... Os cabelos eram longos, eram curtos, eram lisos, eram crespos, eram loiros, eram morenos...
De tamanho? Eram altas, eram baixas, eram gordas, eram magras... Mas nada disso importava. Eram todas as peças de igual valor.
Eram nossas amigas. Com elas, crescemos, aprendemos. Como elas, fizemos diários. Para elas, escrevemos longas cartas. (Que pena! Hoje ninguém mais escreve diário, nem manda cartas...)
Delas, sabíamos quase tudo. Dividíamos as alegrias... Chorávamos juntas a cada namoro rompido (Como adolescente chora!). Saíamos de carro com a amiga que mal tirara a carta (Como era chique!). Fazíamos trabalhos em grupo... Muitos trabalhos em grupo - até sem precisar... Isso nos rendia almoços demorados e lanches animados, mas o trabalho saía e os professores nunca se desapontavam com eles.

"Vim de longe, léguas, cantando eu vim..."
E cantávamos... Como era bom cantar... Ouvir o "conjuntinho cantar"... Saber que o violão estava por lá, sempre pronto para ser tocado.

"Vou não faço tréguas sou mesmo assim..."
Seguimos...
Aqui estamos continuando o que nossos pais começaram por nós: a nossa vida.
Muita coisa não é mais como era - "Uma saudade imensa..." - mas nossos olhos e nosso sorriso não nos traem: o tempo não tirou de nós as lembranças e ainda nos presenteou com a maturidade (Velhice, não!). Ainda temos a força de seguir sem parar a nossa tarefa de - através de nossos atos - ensinar os que nos cercam a ver o mundo com a confiança que nunca nos abandonou.

"Por onde for quero ser seu par..."
Par, parceiras, parceria... Não nos perdemos... 40 anos e estamos aqui.
Esses anos não passaram como um rojão... Foram vividos dia a dia, com tudo o que coube a cada uma. Com certeza, não foram só risos, mas, seguramente, cada tempestade serviu para valorizar a claridade do sol.
E aprendemos... Como aprendemos. Pelo caminho, encontramos amigos que não vimos crescer, e somamos... Encontramos a nossa metade, para provar que sabíamos dividir e, milagrosamente, nos encantamos com o multiplicar. Subtrair pesa-nos hoje porque constatamos que alguém da nossa turma não está mais por aqui...

"E jamais termina meu caminhar
Só o amor ensina onde vou chegar..."

A festa de hoje é a prova. O amor cruzou de novo o nosso caminho e a estrada, felizmente, insiste em não terminar...

"Me leva amor..."
Mais um encontro? Sim, queremos!
Que Deus nos conceda essa graça.


Lourdinha

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