Autor: Irmã Anna Carolina dos Santos (FIC)

Casas FIC no Brasil

Lar Santa Terezinha - Irmãs FIC - Araxá (Clique na foto para ampliar)7- Lares e Crianças

"Se existem Lares é porque existem crianças"

É esta a finalidade do Lar Santa Terezinha e de todos os lares: estender a mão à criança desamparada para que, no amanhã, ela possa desenvolver bem seu papel na sociedade.

"A sociedade que deixa de amar uma criança, deixa de se reconhecer como humanidade". (Herbert de Souza)


Lar Santa Terezinha - Um pouco de sua história - Araxá

Os fundadores do Lar foram o casal Norma e Aerovaldo Afonso, que lhe deram início em fevereiro de 1937. É uma página de amor, doação, acolhimento às meninas órfãs ou necessitadas.

As Irmãs Missionárias de Jesus Crucificado assumiram a obra em seu início e permaneceram no Lar até março de 1938.

Com a saída das Irmãs Missionárias, Dª Norma e seu esposo se dispõem a continuar a obra, num gesto de grande solidariedade para com as crianças, mas, meses depois, solicitam a vinda de nossas Irmãs. O casal soube sobre nós (Irmãs FIC) graças ao Bispo de Campinas. Madre Mansueta, que era a Provincial, aceitou o convite, enviando para uma experiência, as Irmãs Maurícia e Inês, enquanto aguardava o parecer do Conselho Geral.

O Lar passou definitivamente para a nossa Congregação em 28 de dezembro de 1938, após anuência do Governo Geral. A Irmã Antônia, Irmã Claudina e Irmã Maria Aparecida foram designadas para a tarefa.

E assim foi se escrevendo a nossa história aqui no Lar Santa Terezinha em Araxá: a dos nossos benfeitores e amigos, que sempre apoiaram esta obra e que são inúmeros; a de nossos funcionários e trabalhadores anônimos que nos auxiliaram a construir essa casa; a dos padre e religiosos que nos atenderam material e espiritualmente, tendo sempre, uma palavra de fé e coragem; a de nossos superiores que nunca deixaram de nos apoiar e auxiliar em momentos dificeis; a das autoridades civis araxaenses que sempre demonstraram sua admiração por nossa obra, ajudando-nos financeiramente, sempre que lhes foi possível.

Há páginas escritas pelas Irmãs que no desempenho de sua missão, acolhendo, orientando, criando um ambiente alegre e seguro para as crianças, que aqui passaram os melhores anos de sua infância e adolescência, nelas deixaram a marca do amor e da caridade cristã, e páginas escritas pelas próprias crianças e adolescentes que fizeram dessa casa, seu segundo lar..

O Lar até 1955, ficava na antiga rua São Miguel, hoje Capitão Isidro. A casa era pequena e pouco confortável. Após anos de sacrifícios, trabalhos, ajuda do povo araxaense, pudemos nos transferir para este prédio que é novo e bem mais adequado do que o primeiro, na Av. Senador Montandon, 735.

A sua inauguração, em dezembro de 1955, contou com a presença do Bispo de Patos, dos fundadores - Dª Norma e Sr Aerovaldo (Dino), do Pe. Botelho, das Madres Geral e Provincial e numerosas pessoas amigas.

Para fazermos a manutenção da casa em grande parte o fazemos através dos cursos de Jardim da Infância, pré-escola, primário e bordado.

Jardim da Infância Santa Terezinha

O primeiro curso a ser aqui ministrado foi o de bordado, em 1940, que teve por professora, Irmã Felicitas. Só em 1941, iniciou-se o Jardim de Infância e o Pré. O curso favorecia o Lar pois, além de ajudar na manutenção, era também freqüentado pelas órfãs que recebiam os primeiros ensinamentos.
Em 1944 começou a funcionar as quatro séries com alunas do Lar e com externas, mas em 1945, foi suspenso por não ser previsto no regulamento. Para sua implantação as exigências são muitas e precisamos nos preparar para isso.

Enquanto isso, as crianças menores frequentam nossa escola, as maiores, escolas públicas da vizinhança. Temos meninas que já frequentam o 2º grau.

A Escola Infantil aqui é muito bem aceita pela comunidade, tanto que nunca nos faltaram alunos. A Diretora da Escola é sempre uma Irmã, nas salas de aula, além das Irmãs, há também professoras leigas, que são pagas pela Prefeitura. Isso ajuda bastante.


Hoje, em pleno funcionamento, o Lar Santa Terezinha , desenvolve junto às crianças e adolescentes diversos projetos com o objetivo de trabalhar as habilidades sociais, cognitivas, afetivas, espirituais, artísticas, inter-pessoais e intra-pessoal.

Os fundadores, mantiveram contato com o Lar até a morte de ambos, ocorrida em: Dª Norma em 18/02/1969 e de Sr Aerovaldo em 27 de junho de 1980.

Página de Saudade

Conforme relatado por Irmã Imaculada, o Lar teve momentos de emoção e saudade. Como o do falecimento em 08 de junho de 1972, de uma das Internas, a Cidinha (Maria Aparecida dos Reis), com 11 anos, problema sério no coração. Na capela o discurso feito por uma das coleguinhas comoveu a todas e esse fato, recorda Irmã Imaculada, amadureceu muito a vida do "Lar", uniu muito mais a todos. No final desse mesmo ano um fato festivo "o casamento da Abadia" . Ela era uma educanda do Lar que sempre morou com a Irmãs e só saiu no dia de seu casamento. Era 23 de dezembro de 1972. Foi uma alegria imensa, esse fato provou como vale a pena a dedicação e o apoio das Irmãs para as meninas do Lar. Nosso desejo é que não só ela, mas todas as educandas, ao deixarem o "Lar", encontrem de uma forma ou outra, a sua felicidade.

Página de Bençãos

Essa página não é a ultima que ficará registrada sobre o Lar Santa Terezinha, embora não seja a última cronologicamente, nem quer ser a última dessa história que, espero, só seja narrada daqui a muitos e muitos anos. A palavra é de nossa querida Madre Sieglinde Höller, escrita em 09 de junho de 1976, ao terminar sua visita a Araxá:

"- As Irmãs unidas num mesmo ideal, desprendidas de si, vivem numa constante e profunda entrega a serviço dos necessitados.

As 60 meninas sob os seus cuidados, são alegres, expansivas e serviçais, dando testemunho de sua educação cristã.

Deixo aqui meus sinceros agradecimentos por tudo e pela amigável acolhida.

Deus as abençõe! Sejam muito, muito felizes".

Comunidade do Lar

Os anos passaram, mas não diminuiram o zelo das religiosas; pelo contrário, a gratuidade de sua consagração é, hoje, ainda mais forte; a experiência de vida que armazenaram, por tantos anos, fala mais alto do que o peso de uma longa jornada.

Hoje (1993), são sete religiosas que desempenham o papel de mãe e mestra das crianças que com elas convivem o seu dia-a-dia:

Irmã Otília de Pessato Libardi (Coordenadora)

Irmã Maria Aparecida Reichmann, Irmã Beatriz,

Irmã Thereza Porta, Irmã Cacilda Vitti,

Irmã Felicia e Irmã Lazara

 

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